quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

LARGO DE AVIZ, ÉVORA


A Norte da Praça do Giraldo, na Freguesia de São Mamede, encontra-se o largo de Avis contíguo a uma das principais artérias da cidade intra muros, com a qual partilha o nome. Esta “desagua” na lembrança física da porta medieval do arco de Avis, que confirma a riqueza e variedade cultural da história da evolução urbana da cidade.




O Largo de Avis presenteia os transeuntes com uma zona de estadia de carácter mais íntimo, onde os três extractos vegetais aí existentes, representados por repetidas Sóforas, arbustos de diferentes volumes e texturas, sebes de Ligustro ou herbáceas, apoiados na centralidade da sua fonte, como que envolvendo o espaço, conferem uma ambiência muito própria, garantido em parte uma barreira visual e sonora à vida exterior.


A Fonte da Porta de Avis originalmente situada no Largo da Porta Nova, terá sido construída pela vontade do cardeal-infante D. Henrique, em data posterior a 1573, durante o reinado de D. Sebastião. Esta fonte é tradicionalmente atribuída ao arquitecto Afonso Álvares, então conservador do cano da Água da Prata e autor do Chafariz da Praça do Giraldo. No entanto, não será de afastar a possibilidade de intervenção, ou mesmo de desenho, do seu assistente e mestre de pedraria, Mateus Neto.




A construção desta fonte insere-se na rede distribuidora do Aqueduto da Prata, tendo sido edificada no âmbito no plano de D. Henrique, que visava modernizar as estruturas de bastecimento de água à cidade, construídas no reinado de D. João III.




Em 1886 o Município alterou a sua localização original, o que voltou a acontecer em 1920, época em que foi transferida para o Terreiro da Porta de Avis, onde actualmente se encontra. No entanto, estas sucessivas deslocações provocaram alguns estragos, principalmente ao nível das proporções, agora mais diminuídas (ESPANCA, Túlio, 1966). Assim, a taça apoia-se numa base quadrangular de três degraus, a partir da qual se desenvolve a fonte em forma de pirâmide, com remate ovalóide. Em 1965 a Câmara beneficiou a fonte, pelo que esta recuperou então a distribuição da água através das gárgulas antropomórficas originais, em bronze.


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